Relato do mais trágico erro da Justiça brasileira, ocorrido em meados do século XIX, em Macaé, no norte da província do Rio de Janeiro. O autor reconstitui o drama pessoal do fazendeiro Manoel da Motta Coqueiro, condenado à morte pelo assassinato de uma família de colonos em uma de suas propriedades. Carlos Marchi usa ferramentas de repórter para rastrear os vestígios da vida do fazendeiro em documentos obtidos nos arquivos oficiais, paróquias e cartórios do norte fluminense. Vítima de uma conspiração armada por seus adversários, Coqueiro teve dois julgamentos parciais e foi condenado à morte. Após sua execução descobriu-se que ele era inocente e o imperador Pedro II, condoído por não ter concedido a graça imperial ao acusado , passou a perdoar cada vez mais condenados à morte, antecipando informalmente o fim da pena de morte no Brasil. Em Fera de Macabu, os fatos reais realçam o clima de um grande romance, repleto de intrigas, sonhos e tragédias.
Esse livro esteve na minha lista durante muito tempo. Comprei mas demorei para ler. As vezes um pouco cansativo pela repetição de alguns fatos, o livro narra a história desde o início do enriquecimento desse fazendeiro até sua morte injusta. É revoltante ver a exploração dos colonos pelos fazendeiros como também ver a incompetência do sistema judiciário daquela época. Em algumas partes lembra o Conde de Monte Cristo, pois os inimigos do fazendeiro se unem para aproveitar a morte da família de colonos e incriminá-lo. Temos também uma ótima reconstituição de época. Vale a pena ler.
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