"Sujeito oculto" traz uma marca inaugural. Usando a maestria de ser uma das mais conhecidas pesquisadoras dos horizontes que a mídia digital vem abrindo para a criação de novos formatos narrativos, Cristiane Costa vai fundo nas possibilidades do visual writing, do remix, do sampling, da pirataria criativa, da autoria indefinida e, ainda, da mistura deliberada de gêneros. Trata-se afinal, de uma ficção, de uma biografia ou de um ensaio crítico?
Como ficção, o livro dá plenamente conta do recado, movendo-se numa trama quase clássica de paixão, ciúmes, traição. Como história de vida, também se adéqua na medida em que explícita que toda biografia traz uma alta dose de invenção e imprecisão.
Mas é como ensaio que surpreende. Discute, com imaginação, as questões centrais desse momento literário, inclusive a forma tradicional do próprio ensaio. Resta uma dúvida: o que estaria escrito no segundo capítulo que foi indevidamente roubado do leitor?
Coisa mesmo de acadêmico. Uma salada, onde os "sujeitos ocultos" ficam perdidos em meio a tantos estilos.
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