Fala a Autora:
A primeira pergunta que se faz a um escritor, pessoalmente ou pelo correio, é:
- Aonde o senhor vai buscar suas ideias?
É muito grande a tentação de responder assim: -“Sempre vou à Sears,” ou “A maior parte eu consigo nos armazéns da Marinha e do Exército”, ou, energicamente – “Por que não tenta um supermercado?”
A opinião universal parece acreditar firmemente na existência de uma fonte mágica de idéias que os escritores aprenderam a utilizar.
Na pior das hipóteses, podemos enviar os perguntadores de volta aos tempos elisabetanos, com esta saída de Shakespeare:
Diga-me, onde nasce a fantasia,
Se é no coração ou na cabeça,
Como se origina, como se alimenta?
Responda, responda.
A pessoa só pode dizer com firmeza:
- Na minha própria cabeça.
Isto é claro, não ajuda ninguém. Se você gostou da cara de quem lhe esta fazendo a pergunta, vai um pouco mais longe.
- Se você se sentiu atraído por alguma ideia em particular e acha que pode fazer alguma coisa a partir dali, você a vira pelo avesso, faz travessuras com ela, abranda-a e, gradualmente, lhe dá uma forma. Então, é lógico, precisa começar a escrevê-la. Não é tão fácil quanto você está pensando: - torna-se um trabalho duro. Outra alternativa é arquivá-la cuidadosamente numa gaveta, para talvez usá-la dentro de um ano ou dois.
Uma segunda pergunta – ou quase uma afirmação – é então a mais provável:
- Eu creio que a senhora tira suas personagens da vida real.
A resposta é uma negativa indignada para tão monstruosa sugestão.
- Não, é claro que não! Eu as invento. Eles são meus. Têm de ser as minhas personagens – fazendo o que eu quero que eles façam, sendo o que eu quero que eles sejam – tornando-se vivos para mim, tendo às vezes as suas próprias ideias, apenas porque eu as tornei reais.
Em resumo, o autor produz as suas ideias e as suas personagens.
Aqui alguns livros da Agatha da minha coleção:
A morte no Nilo
De férias, para escapar dos nevoeiros, do cinza e da monotonia das chuvas Hercule Poirot vai para o Egito. Com um grupo de turistas, ele embarca no Karnack para um cruzeiro nas águas pouco tranquilas e misteriosas do velho rio Nilo. Mas a bordo, o que seria apenas uma viagem exótica e agradável transforma-se numa trama sinistra e audaciosa, cuja a frieza assusta até mesmo o impávido detetive. Mas, tal como um arqueólogo numa escavação, Poirot encontra fragmentos isolados, espana-os, eliminando o supérfluo, e chega enfim à assustadora verdade.
Os crime ABC
Cartas anônimas impregnadas de grande desprezo desafiam o famoso detetive Hercule Poirot, que ao longo de sua carreira raras vezes se deparara com adversário tão petulante. E o desafio que este lança desperta nele a conhecida chama de argúcia e resolução. Poirot se vê, então, em frente a um mistério que não era propriamente o enigma dos assassinatos que se desencadeiam em série, consumados de acordo com o sistema alfabético. O mistério residia no ABC, e no porquê de o assassino ter escolhido a ele, Hercule Poirot, como adversário.
Crimes planejados com requinte e métodos variados, a única pista comum a eles é um guia ferroviário que o assassino deixa junto a suas vítimas. Poirot persegue, de pista em pista, de letra em letra, o rastro alfabético do inimigo. Vai juntando as peças, experimentando, deduzindo... Até que o quebra-cabeça se completa, surpreendente, fantástico!
Morte na praia
Estação de férias e lazer. Local cheio de belezas naturais, o sol, a praia, as pessoas em repouso, conversando, observando-se vagamente. Entre elas, o detetive Hercule Poirot, num raro momento de lazer. Súbito as atenções se voltam para uma linda mulher, que divide com o sol as atenções e o fascínio geral.
Que crime representa a beleza dessa mulher? Por que se torna ela, de repente, uma exceção, uma espécie de mancha na paisagem repleta de luz, única forma petrificada distante, tão além de qualquer entendimento?
A única testemunha, a princípio, o mar a seus pés, indiferente.
O mistério é um dos maiores desafios para Hercule Poirot: uma trama que ultrapassa o âmbito policial e salienta a própria vida dos homens em sociedade.
Uma das mais instigantes criações de Agatha Christie, extremamente engenhosa, como só a sua inventiva pôde criar.
Um brinde de cianureto
Num restaurante de luxo, sete pessoas à volta de ma mesa comemoram o aniversário da deslumbrante Rosemary Barton. As luzes suaves, as flores, a orquestra, nada fazia prever o seu trágico desfecho: em plena festa, Rosemary cai fulminada entre os convidados... Diagnóstico: morte por envenenamento. Todos os fatos eram compatíveis com suicídio.
Duas cartas anônimas, no entanto revelam, quase um ano depois, que Rosemary fora vítima de um assassinato.
Tem início então, numa hábil trama novelesca, um estranho jogo de hipóteses que mantém o leitor em suspense. A quem interessaria o crime? Afinal, cada um dos convidados tem sua razão – ou motivo oculto – para matar Rosemary...
Como só Agatha Christie sabe fazer, o leitor é conduzido página a página com extrema engenhosidade, até o desconcertante e sensacional desfecho.
Morte na Mesopotâmia
Uma expedição arqueológica com pessoas de toda espécie e nacionalidade: um arquiteto inglês, um padre francês de Cartago que decifra as inscrições, uma inglesa, um americano fotógrafo, o casal Mercado, dois rapazes – Coleman e Reiter – e o doutro e a senhora Leidner.
Nesse cenárioexótico de Bagdá, o tédio da belíssima Louise Leidner, apenas mulher de um arqueólogo, a leva a inventar seus próprios dramas, e ela se diverte provocando os outros.
Morte na Mesopotânia é uma espetacular aventura do brilhante e único Hercule Poirot, o genial detetive belga que, junto com a grande imaginação de Agatha Christie, desvenda um terrível assassinato, com desfecho surpreendente.
Passageiro para Frankfurt
“- Posso falar com o senhor?
- Não vejo razão – disse ele – por que a senhora não possa falar. Nós temos a perder, ao que parece.
- Nevoeiro por todos os lados. Não sei o que fazer.
- Eles a deixarão em algum lugar.
- Eu estava indo para Genebra. Preciso chegar lá agora. Lá há alguém a minha espera. Lá estarei salva. Se não conseguir chegar em Genebra, serei assassinada! Preciso de ajuda para chegar sã e salva...”
Esse diálogo ocorre entre dois passageiros em trânsito no aeroporto de Frankfurt. Dois passageiros cuja vida dependia diretamente do que iria acontecer na próxima meia hora.
O encontro casual desses dois estranhos deflagra um clima de intriga, conspiração e mistério com o estilo inconfundível de Agatha Christie em mais uma eletrizante aventura.
O cavalo amarelo
Forças estranhas e perigosas, que aliam as velhas crenças aos novos conhecimentos científicos, são responsáveis por assassinatos a distância, por telepatia. Uma organização particular criminosa dedicada a eliminação e pessoas ricas, que não emprega assassinos profissionais, uma vez que suas vítimas morrem de ‘doenças’. Deixando sempre, é clao, sobreviventes que lucram com as mortes.
E o inspetor Lejeune, um homem de imaginação, capaz de considerar as possibilidades menos ortodoxas, consegue chegar ao terrível deslindamento de uma trama macabra, que arrebata a fantasia e a imaginação do leitor como só Agatha Christie, a grande mestra do gênero, logra fazer.
Assassinato na casa do pastor
“Qualquer pessoa que matasse o coronel Protheroe estaria prestando um grande serviço ao mundo.”
Estas palavras pronunciadas incidentalmente pelo pastor Clement, viriam mais tarde demonstrar-se fatídicas: o coronel Protheroe é assassinado algumas horas depois do comentário... e na casa do próprio pastor.
Entra então em cena um dos personagens mais cativantes da literatura mundial: a simpática e ativa miss Jane Marple, “a rainha de todas as velhinhas geniais desse mundo”.
Como em todo bom romance policial, o fio capaz de levar ao assassino é tênue. Ele pode conduzir o leitor a meras suposições que se mostram improváveis quando o desfecho surpreendente é revelado pela grande mestra do gênero, a genial Agatha Christie.
A noite das bruxas
Na noite de 31 de outubro para 1º de novembro – a vigília do Dia de Todos os Santos na liturgia cristã – tem lugar a tradicional festa de Halloween, a noite das bruxas. Desde da Idade Média, espíritos maus e as almas dos mortos estão ligados a esta noite.
Mas ninguém jamais poderia supor que em Woodleigh Common, tranquila e respeitável área residêncial a mais ou menos sessenta quilômetros de Londres, uma festa de Halloween para crianças e adolescentes fosse terminar de maneira tão trágica.
E, principalmente, que velhos pecados tivessem sombras tão compridas...
Depois do funeral
Em Enderby Hail, uma grande casa vitoriana em estilo gótico, a família inteira – sobrinhos e irmãos – de Richard Abernethie, morto repentinamente, se reúne depois do funeral. Em meio à reunião, onde se procederia à leitura do testamento, Cora Lansquenet, irmã de Richard, uma mulher desequilibrada e excessivamente tola, conhecida, desde criança, por sua maneira embaraçosa de explodir com verdades indesejáveis, e por isso, constrangedoras, lança uma pergunta: “Mas ele foi assassinado, não foi?”
Essa pergunta casual cria um mal-estar generalizado, mas ninguém dá qualquer importância a um comentário vindo de Cora.
Poucos dias depois, no entanto, Cora é brutalmente assassinada. Qual o interesse criminoso que paira sobre a família? Quem lucraria com essas mortes?
Só o genial detetive belga Hercule Poirot, com sua lógica imponderável e extraordinária capacidade de dedução, poderá, aos poucos, desvendar o pavoroso e surpreendente mistério.
Seguindo a correnteza
Gordon Cloade sempre mantivera os membros de sua família sob proteção, evitando que as agressões e intempéries da vida os agredissem. Mas agora ele estava morto. Sua fortuna, na falta de um testamento, passa integralmente para sua jovem esposa Rosaleen. Mas outras cinco pessoas precisavam desesperadamente de dinheiro. E isso só ocorreria se Rosaleen morresse antes deles. Há, portanto, cinco pessoas com um forte motivo para matar – e um violento assassinato é cometido. Mas, estranhamente, a vítima não é Rosaleen.
Uma periosa trama se desenvolve, em que outras mortes se seguirão, até que Hercule Poirot, com sua insuspeitável capacidade de raciocínio, entra em ação para esclarecer todo o mistério.
Um corpo na biblioteca
“- Você quer dizer – perguntou o Coronel Bantry – que há um cadáver na minha biblioteca... na minha biblioteca?
Como o corpo de uma moça desconhecida fora parar na biblioteca dos Bantry? E por que teria ela sido assassinada?
Miss Jane Marple, ligando acontecimentos triviais da aldeia com problemas mais graves, desvenda esse terrível mistério e responde a essas perguntas aparentemente insolúveis perguntas.
A morte do almirante
Legendário e raro, lindamente escrito e de enredo surpreendentemente bem armado, A morte do almirante foi escrito por treze membros da mais importante e prestigiosa organização de autores de livros de mistério e suspense, o Detection Club.
Escrito por partes, cada membro se encarregou de um capítulo, recheando-o de indícios e problemas e passando-o para o colaborador seguinte, cuja a tarefa era resolver o mistério apresentado sem ter a mínima ideia da solução idealizada pelos colaboradores anteriores. O resultado é uma história deliciosa e emocionante, acrescida com curiosidade das várias soluções, segundo a concepção da cada colaborador, apresentadas ao final do volume.
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